Um gerente do Banco Itaú da Av. Manoel Dias da Silva,
na Pituba, viveu momentos de terror em abril deste ano,
depois que a filha de 14 anos foi sequestrada por nove
homens armados. Pai e filha seguiam para a escola da
jovem, no Cabula, por volta das 8h, quando foram
atacados. Ele foi obrigado a retirar quantia não
divulgada da agência, enquanto a adolescente ficou com
os criminosos, só sendo libertada, na Av. Bonocô, duas
horas depois. Este foi um dos 90 ataques a instituições
financeiras registradas este ano na Bahia, de acordo com
o Sindicato dos Bancários do Estado – que vem
monitorando os crimes. O índice é cerca de 58% maior que
os 57 casos registrados no mesmo período de 2011. Drama
parecido viveu o ex-gerente do Banco do Brasil de
Itarantim (a 654 km da capital) Manoel Esmeraldo. Vítima
de três assaltos em seis meses, em 2006, ele chegou a
ficar nove horas em poder de 12 bandidos. “Fui
encapuzado, tive pés e mãos amarrados e fui jogado no
porta-malas do carro. Me batiam quando eu dizia não ter
como dar a chave do cofre e do alarme”, lembra.
Esmeraldo apanhou com o cabo de uma arma, que disparou,
atingindo-o nas costas. Ele foi libertado na agência,
por volta das 3h. O carro dele, usado na fuga, foi
achado três horas depois. “Tive crises de esquecimento,
de choro e não dormia”, conta. Seis meses afastado,
tentou voltar ao trabalho, mas não conseguiu se
recuperar do trauma e se afastou, até ser aposentado há
oito meses. O bancário atribui a sensação de insegurança
à falta de policiamento especializado no interior.
Coordenador do Grupo de Apoio ao Combate a Crimes contra
Instituições Financeiras (Gacif), Daniel Pinheiro admite
a dificuldade em manter policiamento reforçado em um
Estado com as dimensões da Bahia, embora destaque que o
grupo vem obtendo êxito na desarticulação das
quadrilhas.
(A Tarde)
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