Elize
Kitano Matsunaga, de 38 anos, confessou no início da tarde desta
quarta-feira ter matado seu marido, o empresário Marcos Kitano
Matsunaga, de 42 anos. De acordo com informações do delegado Jorge
Carrasco, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa da
Polícia Civil de São Paulo, Elize disse ter cometido o crime sozinha e
esquartejado o marido no banheiro da empregada, na cobertura em que
morava o casal, na capital paulista. Marcos Matsunaga era diretor
executivo da Yoki, uma gigante do setor de alimentos, e foi morto no dia
20 de maio. A confissão ocorreu durante o interrogatório de Elize no
DHPP, que começou às 11 horas. Ela está presa desde segunda-feira e a
polícia ainda não confirma o pedido de prolongamento da prisão por mais
trinta dias.
Segundo o delegado Carrasco, Elize corrigiu a primeira informação
apurada pela polícia de que a arma usada no crime seria uma pistola
calibre 765. Ela informou ter usado uma pistola 380, que já foi entregue
aos investigadores. E confirmou que o motivo foram as infidelidades
cometidas pelo marido. Elize disse que na noite do crime, ela disparou a
pistola contra o marido depois de os dois discutirem por causa das
traições dele. Ela então arrastou o corpo para o banheiro de empregada,
onde o esquartejou. As facas ainda não foram encontradas, mas Elize
disse que vai apresentá-las à polícia. Ela confirmou também que o corpo
foi tirado do apartamento dentro das malas que ela aprece carregando nas
imagens do circuito interno de TV do edifício onde o casal morava.
Advogado - A mulher chegou pouco depois das 10 horas ao DHPP, no centro
da capital paulista, algemada e vestindo um capuz. Ela passou a noite em
uma cadeia de Itapevi. Elize estava acompanhada de um homem que se
apresentou como seu advogado, José Beraldo - conhecido por oferecer seus
serviços aos envolvidos em crimes sempre que os casos ganham
repercussão na imprensa. Ele disse ter conversado com a viúva na prisão e
relatou que ela estava cabisbaixa e chorosa. Chegou a dizer que
acompanharia o interrogatório e pediria a transferência de Elize para
uma cela mais confortável.
Acontece que Beraldo não foi contratado pela acusada nem pela família
dela. O verdadeiro advogado de Elize, Luciano Santoro, está neste
momento acompanhando o interrogatório. Beraldo procurou os jornalistas
por volta das 12h30 para dizer que "por razões éticas" não estava "mais"
no caso, pois já havia outro criminalista tratando dele. O advogado da
família de Marcos Matsunaga, Luiz Flávio D'Urso, elogiou o trabalho da
polícia e, especialmente da perícia. Ele disse concordar com a linha de
investigação que aponta para a possibilidade de crime passional.
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