A seca que atinge o semiárido da Bahia fez o governo estadual
decretar situação de emergência em 158 municípios. Em dezembro do ano
passado, havia apenas 29 cidades nessa situação. Cerca de 2 milhões de
pessoas já foram afetadas, de acordo com o governo. Se não chover até o
final deste mês, a Bahia registrará a maior seca dos últimos 30 anos,
afirma a Secretaria da Casa Civil. O período de chuvas vai de dezembro a
março, mas em algumas localidades não cai água suficiente para
abastecer a população, alimentar o gado e irrigar plantações desde o
início de 2011. Hoje, o ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional)
vai a Salvador assinar um convênio de R$ 168 milhões para que sejam
construídos 1.240 sistemas de abastecimento de água até 2013. Cerca de
cem serão feitos em regime emergencial. O governo federal também deve
liberar R$ 10 milhões para contratação de carros-pipas e cestas básicas.
Reservatórios do Estado estão praticamente secos. O de
Mirorós, na margem do rio Verde, está com apenas 9% de sua capacidade. A
barragem deveria garantir água para 350 mil habitantes do norte da
Bahia. A seca compromete a agricultura do semiárido. O secretário
estadual da Casa Civil, Rui Costa, afirma que praticamente toda a safra
de milho e feijão está perdida. Duas adutoras estão em construção para
tentar levar mais água do São Francisco para as barragens. Mas as obras,
fundamentais para 750 mil pessoas, só devem ficar prontas no fim do
ano. Enquanto a água não chega, Exército, municípios e Estado abastecem
os flagelados com carros-pipas.
No período de estiagem o sombreamento das colméias e o
fornecimento de água se tornam necessários para evitar ou minimizar o
abandono dos enxames.
” As consequências da estiagem já são sentidas pelos
apicultores do semi-árido baiano e nordestino. Muitos já vinham de
colheitas fracas em 2011, e esperavam que o período chuvoso do primeiro
semestre deste ano reverteria o quadro. Mas as chuvas não chegaram e a
Caatinga continua seca, sem oferta de flores.
Em alguns lugares as abelhas até chegaram a armazenar um
pouco de mel, que agora será usado para a sobrevivência da própria
colméia. Em outros lugares mais afetados pela seca os apicultores, além
de não terem obtido produção de mel, já registram o abandono das
abelhas, conforme relatou para a FEBAMEL José Hailton, Presidente da
Associação de Apicultores de Monte Santo.
Notícias positivas recebemos apenas da região Sul do Estado:
No extremo Sul os apicultores estão colhendo o mel da florada de
eucalipto. Segundo Janhandersson, Presidente da APIEXSU, a florada
atrasou em mais de um mês e ainda não da para estimar o quantitativo da
produção. E no litoral Sul, os apicultores de Canavieiras relatam de
clima normal e produção cada vez maior, estimulados pela inauguração da
primeira unidade de beneficiamento de pólen do Brasil, que legalizou a
produção e comercialização no Estado e em breve em todo Brasil!
Quem já vive muito tempo de apicultura, bem sabe que a
produção é intimamente relacionada ao clima e regime hídrico de cada
região, e que a atividade passa por altos e baixos. O exemplo do Rio
Grande do Sul, que sofreu uma seca parecida no segundo semestre de 2011,
e hoje já comemora grandes colheitas de mel, nos dá uma certa
esperança. Outro exemplo, vindo de Santa Catarina, relatou de perdas
misteriosas de enxames no inverno 2011, da ordem de 80%, levando muitos
apicultores ao desespero. Quando a primavera entrou, apareceram milhares
de enxames voando, que os laboriosos apicultores capturaram, revertendo
os prejuizos do período anterior.” Do portal Agrolink.
Nenhum comentário:
Postar um comentário